SISTEMAS DE PRÓTESE: do material do implante à reabilitação final: perspectivas clínicas e científicas

Dr. Estevam Bonfante

Para vários segmentos, quanto mais utilizada uma determinada tecnologia, mais rapidamente seus limites são desafiados pelo usuário, o que impulsiona o ritmo de inovação tecnológica.

Nas últimas cinco décadas, houve um crescimento exponencial no uso de sistemas de implantes, não apenas na área odontológica, mas também na ortopedia e áreas correlatas, o que motivou avanços significativos na bioengenharia e levou ao desenvolvimento e aprimoramento dos sistemas atualmente disponíveis no mercado.

Porque é responsabilidade principal do protesista selecionar o material do implante e do tipo de conexão? Porque não deixar esta decisão nas mãos apenas do cirurgião?

A sobrevida das reabilitações implantossuportadas tem sido frequentemente associada com diversas variáveis, incluindo o material e a geometria dos implantes (tanto da conexão quanto do corpo), bem como a opção restauradora dos mesmos (material, geometria e método de retenção dos pilares protéticos e próteses).

A escolha clínica, dentre as diversas opções de tratamento, deve ser sempre criteriosa, individualizada para cada cenário clínico e embasada em achados da literatura que figuram o topo da pirâmide de evidência científica para que reabilitações de sucesso a longo prazo sejam construídas.

No entanto, delinear e conduzir ensaios clínicos controlados e randomizados para entender a influência de todas essas variáveis na sobrevida de reconstruções implantossuportadas representa um desafio clínico e financeiro significativo devido à necessidade de uma grande população e número de amostras para alcançar significância estatística e relevância clínica em termos de tempo.

Ainda, dados de estudos clínicos possuem algumas limitações quanto a não padronização nos critérios de sucesso e tempo de acompanhamento, bem como um número de pacientes reduzido e grande variação nas reabilitações protéticas (incluindo conexão e geometria do implante e pilar, tipo e materiais de prótese, antagonista, entre outros).

Veja agora um trecho da palestra sobre o assunto!

O que é interface de titânio ou Ti-base afinal? Porque indicar Ti-base? Com quais materiais ele é compatível? Como cimentar coroas ou pilares cerâmicos sobre Ti-base?

No entanto, a fundição é uma técnica muito sensível que pode resultar em uma maior desadaptação marginal na interface implante-pilar e, consequentemente, maiores taxas de complicações mecânicas.

Logo, recomenda-se a fixação de um conector metálico pré-fabricado na base do pilar plástico para evitar o processo de fundição nessa região crítica, técnica chamada de sobrefundição, e minimizar possíveis distorções.

Atualmente, um novo conceito de pilar foi desenvolvido com o objetivo de fornecer um sistema multifuncional e com retenção híbrida (Ti-base).

De fato, duas opções de personalização estão disponíveis nesse conceito, sendo elas a personalização tanto da restauração quanto do pilar protético, os quais podem ser usinados em qualquer sistema disponível para CAD/CAM, ou o uso de um pilar metálico pré-fabricado industrialmente (Ti-base) com a geometria inserida em bibliotecas para sistemas CAD/CAM, o qual recebe uma restauração que também pode ser usinada em qualquer material disponível para usinagem em CAD/CAM,

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Quais materiais cerâmicos apresentam longevidade comprovada em próteses sobre implantes?

Em relação às próteses sobre implantes, durante décadas as restaurações metalocerâmicas foram estabelecidas como tratamento de primeira eleição.

Apesar dos altos índices de sobrevida, mesmo em áreas de maior demanda mastigatória (~95% após 5 anos em função), metalocerâmicas apresentam desvantagens estéticas bastantes significativas.

Nesse contexto, os sistemas à base de Y-TZP despontaram como alternativas para substituição de restaurações com infraestruturas metálicas devido as propriedades ópticas e mecânicas favoráveis.

Apesar dos altos índices de sobrevida (~93% após 5 anos em função), uma alta taxa de complicações clínicas, especificamente fratura na cerâmica de cobertura (22 a 50% após 5 anos) tem sido reportada para reabilitações à base de Y-TZP quando comparadas com metalocerâmicas (~8% após 5 anos).

Nesse contexto, o aprimoramento tecnológico na área de processamento de novos materiais e fabricação de pilares e próteses sobre implantes têm propiciado o desenvolvimento de sistemas à base de Y-TZP mais translúcidos, para fabricação de peças monolíticas, bem como de sistemas biomecanicamente mais favoráveis para atender tanto a demanda estética quanto a demanda funcional da cavidade oral, dentre eles destacam-se os compósitos reforçados por fibras (CRFs) (σ: 400-700 MPa, dependendo da composição).

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Esse foi um trecho da palestra apresentada no evento PRODIM (Protocolo de Reabilitação Oral Digital Medens), que aconteceu nos dias 22 e 23 de Julho de 2022 em Campinas/SP. O evento reuniu mais de 200 participantes, contando com 12 palestrantes e o lançamento do livro PRODIM para todos os presentes.

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