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O uso da osseodensificação na rotina clínica
Dr. Rafael Coutinho
O sucesso das reabilitações orais suportadas por implantes dentários depende do estabelecimento da osseointegração e sua manutenção no longo prazo.
Este processo é multifatorial, porém seu início depende fundamentalmente do estado geral do paciente e das tecnologias empregadas no implante com o intuito de favorecer a remodelação óssea.
Dentre estas tecnologias, podemos citar a macrogeometria, para garantir uma estabilidade primária adequada; e os tratamentos de superfície que criam micro e nanorugosidade para melhorar a estabilização do coágulo sanguíneo sobre a superfície do implante e, consequentemente, favorecer a migração e diferenciação celular.
Descrição da fisiologia óssea humana e suas caracteristicas capazes de gerar o conceito de elasticidade e plasticidade óssea descrita nos conceitos de osseodensificação; Qual o princípio fisiológico e mecânico empregado na osseodensificação?
Em meio ao vasto panorama da odontologia contemporânea, a osseodensificação emerge como uma técnica que transcende o convencional. Mas qual é o segredo subjacente a essa revolução no campo dos implantes dentários? Vamos adentrar no universo intricado dos princípios fisiológicos e mecânicos que fundamentam essa técnica inovadora.
No cerne da osseodensificação reside uma mudança paradigmática na abordagem cirúrgica. Enquanto métodos tradicionais muitas vezes implicam na remoção de parte do osso, a osseodensificação adota uma estratégia única. Utilizando brocas meticulosamente projetadas, essa técnica não apenas perfura, mas também compacta o osso circundante. Esse processo é habilmente fundamentado em um princípio mecânico sofisticado: a indução cuidadosamente controlada de uma onda de compressão no ponto de contato entre a broca e o osso. Em vez de retirar material ósseo, a osseodensificação o comprime, criando assim um ambiente ideal para a instalação do implante.
O cerne do mistério reside na precisão. Ao compactar o osso de maneira meticulosa, a osseodensificação preserva sua densidade intrínseca, enquanto aprimora significativamente o torque de inserção do implante. Esse fenômeno não apenas proporciona uma estabilidade primária notável, mas também catalisa a consolidação óssea, resultando em uma osseointegração que é não apenas eficaz, mas notavelmente veloz.
Dessa forma, a osseodensificação não é meramente uma técnica cirúrgica; é uma coreografia engenhosa entre os intricados princípios fisiológicos do corpo humano e a perícia mecânica. Nesse encontro entre ciência e habilidade, não apenas sorrisos são transformados, mas também a confiança dos pacientes é restaurada, delineando um novo horizonte na odontologia moderna.
Veja agora um trecho da palestra sobre o assunto!
Indicações e contraindicações, vantagens e desvantagens da técnica cirúrgica
Em contraste com a perfuração padrão tradicional, o OD é uma técnica de instrumentação cirúrgica onde o osso é compactado em espaços abertos da medula durante a perfuração, aumentando a interface óssea com isso melhorando o torque de inserção do implante por meio da preservação e densificação da interface óssea em osso de baixa qualidade como osso tipo III e IV.
Como mais partículas ósseas estarão presentes na interface osso-implante quando o leito do implante for preparado, o uso do OD mantém e conserva a densidade óssea, cria mais contato osso-implante e acelera a consolidação óssea, consequentemente, permitindo uma osseointegração mais acelerada. Os estudos in vitro e in vivo demonstraram um aumento de duas a três vezes a estabilidade primária ao utilizar a técnica de osseodensificação quando comparado coma técnica de perfuração padrão.
Entretanto, as brocas de OD atuam basicamente sob condição de atrito, o que torna maior o risco de aquecimento das brocas e do tecido ósseo.
Quando analisamos vantagens da utilização da técnica podemos citar, melhora da biomecânica óssea, preservação óssea (melhora da resistência e aceleração no processo de cicatrização) e melhora da estabilidade primaria (menor micro-movimentação).
Além disso, pode ser empregada em algumas situações clínicas mesmo quando não se busca máxima estabilidade primária para o carregamento imediato como: levantamento de seio maxilar (em substituição à técnica de Summers) e a expansão da crista alveolar.
Veja agora um trecho da palestra sobre o assunto!
Perspectivas futuras relacionados macrogeometria e Osseodensificação
Isto leva a pressupormos que existe uma interação da macrogeometria do implante com a estabilidade primária tanto na perfuração padrão como na osseodensificação. Perfis de rosca maiores com passos mais largos apresentam mais contatos com as trabéculas ósseas e melhoraram a compactação dos fragmentos ósseos, o que garante melhor estabilidade primária além de facilitar a criação da câmara de coágulo.
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Em outras avaliações histológicas da aplicação isolada da osseodensificação (avaliando as brocas OD nos modos subtrativo – rotação no sentido horário; e densificação – rotação no sentido anti-horário) obervou-se reparação óssea semelhante.
Porém a sua combinação com o conceito da câmara de coágulo pode favorecer o processo de osseointegração dos implantes dentários, como foi demonstrado em um estudo prévio em ovelha.
Veja agora um trecho da palestra sobre o assunto!
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Esse foi um trecho da palestra apresentada no evento PRODIM (Protocolo de Reabilitação Oral Digital Medens), que aconteceu nos dias 22 e 23 de Julho de 2022 em Campinas/SP. O evento reuniu mais de 200 participantes, contando com 12 palestrantes e o lançamento do livro PRODIM para todos os presentes.
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