Osseointegração: a osseodensificação e sua estabilidade primária

Como alternativa na tentativa de proporcionar melhor estabilidade primaria com aceleração do processo de osseointegração, surgiu um novo conceito de preparação cirúrgica chamado osseodensificação (OD).

Esta técnica foi introduzida por Salah Huwais em 2012 visando previsibilidade na estabilidade primária de implantes colocados em sítios ósseos de baixa densidade.

OD é um método de preparação de osteotomia não subtrativa que propõe a indução de uma onda de compressão por uma broca especialmente projetada no ponto de contato (broca óssea), produzindo uma deformação óssea controlada através de características do osso, viscoelasticidade do tecido ósseo e viscoplasticidade.

Em contraste com a perfuração padrão tradicional, o OD é uma técnica de instrumentação cirúrgica onde o osso é compactado em espaços abertos da medula durante a perfuração, aumentando a interface óssea com isso melhorando o torque de inserção do implante por meio da preservação e densificação da interface óssea em osso de baixa qualidade como osso tipo III e IV.

Como mais partículas ósseas estarão presentes na interface osso-implante quando o leito do implante for preparado, o uso do OD mantém e conserva a densidade óssea, cria mais contato osso-implante e acelera a consolidação óssea, consequentemente, permitindo uma osseointegração mais acelerada.

Os estudos in vitro e in vivo demonstraram um aumento de duas a três vezes a estabilidade primária ao utilizar a técnica de osseodensificação quando comparado coma técnica de perfuração padrão. Entretanto, as brocas de OD atuam basicamente sob condição de atrito, o que torna maior o risco de aquecimento das brocas e do tecido ósseo.

Quando analisamos vantagens da utilização da técnica podemos citar, melhora da biomecânica óssea, preservação óssea (melhora da resistência e aceleração no processo de cicatrização) e melhora da estabilidade primaria (menor micro-movimentação).

Além disso, pode ser empregada em algumas situações clínicas mesmo quando não se busca máxima estabilidade primária para o carregamento imediato como: levantamento de seio maxilar (em substituição à técnica de Summers) e a expansão da crista alveolar.

Rafael Coutinho Mello Machado

Especialista em implantodontia; Mestre em implantodontia; Doutor em Odontologia, área de concentração CBMF e Periodontia; Professor de implantodontia da Unig; Professor do curso de especialização em implantodontia CDPI; Professor curso de especialização da Inside Odontologia.

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